quarta-feira, julho 17, 2019

Stone cold, yet.

Minhas mãos tateiam por uma saudade que me matava, por um desejo que era maior do que eu, por uma dor que latejava.
Eu finalmente fui embora e agora parece que ficou um buraco vazio enorme, que costumava ser preenchido com a alegria que amar me trazia.
Deixei tudo ir embora.
Me esvaziei.
Me endureci.
Meu coração queima, mas não queima mais por aquele amor. Esperei tempo demais para ir embora e agora colho os frutos de ter sido sugada até o fim, de ser desgastada até o último fio de sentimento.
Acabei aqui, sentada, chorando, mais uma vez, sentindo o peso de ser toda quebrada. Continuo aqui, ouvindo o chuveiro pingar e sem entender como me tornei tão oca.
Por mais passos que eu dê para frente, mais o passado me segura como uma âncora inquebrável, invisível, mas que vez ou outra me lembra de ter medo. Me lembra de evitar a todo custo esse tal de amor, não me deixa esquecer o quanto machuca, quebra e queima. O quanto acabou comigo. Até hoje.

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