domingo, abril 21, 2019

Saudade

Eu tentei. Eu tentei todos os dias desde o adeus. Tentei entender o por quê do meu não, do meu constante não quero. Venho tentando entender o tempo  e o quanto ele passa e leva a lembrança dele embora como poeira ao vento.Tantas noites tentando ser alheia a tudo e ao mesmo tempo tentando pensar em formas de justificar a minha escolha.
Sinto falta de cada parte de você que me fazia me sentir mais eu, mais mulher, mais plena. Sinto falta de te olhar a noite e te ver tão lindo e tão meu, sentir aquele calor do coração e a sensação de paz que o teu amor me trazia.
Sinto falta de te amar puro, intenso e constante. De querer teu toque e ser por você, ter amor e ser amor.
Sinto saudades de te sentir por mim, comigo, de pegar na tua mão e acariciar os teus dedos. Saudades de ouvir tua voz ao telefone falando "eu te amo" só mais uma vez, só até eu cansar.  Eu nunca me cansaria.
Sinto falta de ter você como pensamento constante do dia, do acordar ao adormecer, só havia você.  Você brilhava, reluzia nos meus sonhos, dava cor a tudo ao meu redor. Minha vida tinha cara de festa com você nela.
Saudades de acordar de manhã e preguiçosamente preparar o teu café ouvindo você falar que eu dormia demais e demorava horas para terminar de preparar tudo. Saudades de como revezavamos com a cozinha e os pratos para lavar. Saudades do nosso sexo na mesa, no sofá, na sala, no banheiro, na cama, no chão, na cadeira... saudades do nosso amor.
Sinto falta da sua mao pesada em torno do meu corpo, da sua saliva que aquecia minha boca, do teu gosto e da tua força.  Saudades de falar baixinho teu nome no teu ouvido, só para ter certeza de que você sabia que era exatamente você que eu queria ali. Saudades de você deitar no meu peito e sempre reclamar que eu dormia logo após, mas mesmo assim sempre manter o mesmo ritual. Sinto falta do nosso sexo ao som daquela música que fazia nossos corpos se moverem sozinhos, numa sintonia absurda, num ritmo só nosso.
Sinto tanta a sua falta que chega a doer forte todas minhas entranhas.
Sinto falta de como minha cabeça encaixava perfeitamente nas suas costas, como lá era quente e tinha cheiro de lar. Eu só encostava ali e sentia toda calma e paz que o teu amor me proporcionava.
Saudade das nossas brigas, de como você lutou por mim, por nós.  De sentir o quanto nós dois queríamos fazer aquilo dar certo, tentamos até onde não deu e ainda além, e eu fui a desistente. Eu morri na praia, bem no raso. Perdi a coisa mais vivida, real e concreta que eu já tive.
Tudo que vir após você parece poeira, parece bobo demais para ser nós novamente. Nada se compara ao quanto eu consegui te amar e ser amada por você, nada se equipara ao tamanho da felicidade que você me proporcionou só por  ser recíproco, só por me amar de volta e aceitar cada parte minha. Eu sou tão você, que seria impossível te apagar de mim.
Não sei como pude te deixar, não sei como deixar a saudade de nós para trás.  Não sei como te deixar pra trás, se tudo em mim é um pouco de você

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