Esperei tua mensagem dia 19 até às 00h, qualquer coisa, qualquer sinal de que ao menos um pouco de consideração ainda existia. Nada. Esse último mês me fez refletir muito, e colocar os meus sentimentos finalmente em primeiro lugar. Eu, depois de todo esse tempo, criei coragem suficiente pra parar de me lamentar e abrir as portas da minha vida pra enfim viver algo novo. Acho até que tô me apaixonando, o que me dá medo, surtos de madrugada e me faz ter vontade de correr pra longe. Tudo isso, ainda assim, deixa você, a gente, isso tudo mais e mais pra trás, e pela primeira vez em tempo, eu fico feliz com isso.
Não receber nem um parabéns seu no meu aniversário só confirmou o que eu já sabia, a vida é pra frente, nunca pra trás. Eu insisti durante esse ano inteiro pra manter uma lembrança, um romance que já acabou e que não me faz mais bem. A quem eu quis agradar? Acho que eu só tava com medo de dar, enfim, passos pra frente, doidice, né? Tava com medo de te deixar pra trás e acabar esquecendo de quem eu fui. Não sei se por saudades de você ou realmente de quem eu era quando amava você. Mas lembrar me prende e sufoca, lembrar me barra de viver, lembrar me faz ter medo.
Não tenho raiva de você, tive no início, todas as noites que chorei até não ter mais o que cair dos olhos. Tive raiva todas as vezes que não consegui viver algo plenamente por estar constantemente presa na teia que você construiu pra me prender e me fazer pensar que pro meu futuro só existia você. Você me feriu mais que qualquer um, mas no fim, eu me feri mais do que todos. Todas as vezes que me forcei a te lembrar, que vim nesse blog declarar sei lá mais o que que eu nem sinto. A verdade é que eu nem sei mais se te amo ou se amo o que fomos. Amor sobrevive depois de tudo? Amor se mantém ou só a lembrança do que ele foi vive?
Talvez eu nem te ame mais mesmo, talvez eu só ame o que eu projetei que seríamos, e seríamos.
Uma boa morte ao nosso amor, o meu por você, o seu por mim.