domingo, julho 21, 2019

Esse aqui é o meu adeus pra o amor que eu não consigo sentir mais.

Esperei tua mensagem dia 19 até às 00h, qualquer coisa, qualquer sinal de que ao menos um pouco de consideração ainda existia. Nada. Esse último mês me fez refletir muito, e colocar os meus sentimentos finalmente em primeiro lugar. Eu, depois de todo esse tempo, criei coragem suficiente pra parar de me lamentar e abrir as portas da minha vida pra enfim viver algo novo. Acho até que tô me apaixonando, o que me dá medo, surtos de madrugada e me faz ter vontade de correr pra longe. Tudo isso, ainda assim, deixa você, a gente, isso tudo mais e mais pra trás, e pela primeira vez em tempo, eu fico feliz com isso.
Não receber nem um parabéns seu no meu aniversário só confirmou o que eu já sabia, a vida é pra frente, nunca pra trás. Eu insisti durante esse ano inteiro pra manter uma lembrança, um romance que já acabou e que não me faz mais bem. A quem eu quis agradar?  Acho que eu só tava com medo de dar, enfim, passos pra frente, doidice, né? Tava com medo de te deixar pra trás e acabar esquecendo de quem eu fui. Não sei se por saudades de você ou realmente de quem eu era quando amava você. Mas lembrar me prende e sufoca, lembrar me barra de viver, lembrar me faz ter medo.
Não tenho raiva de você, tive no início, todas as noites que chorei até não ter mais o que cair dos olhos. Tive raiva todas as vezes que não consegui viver algo plenamente por estar constantemente presa na teia que você construiu pra me prender e me fazer pensar que pro meu futuro só existia você. Você me feriu mais que qualquer um, mas no fim, eu me feri mais do que todos. Todas as vezes que me forcei a te lembrar, que vim nesse blog declarar sei lá mais o que que eu nem sinto. A verdade é que eu nem sei mais se te amo ou se amo o que fomos. Amor sobrevive depois de tudo? Amor se mantém ou só a lembrança do que ele foi vive?

Talvez eu nem te ame mais mesmo, talvez eu só ame o que eu projetei que seríamos, e seríamos.

Uma boa morte ao nosso amor, o meu por você, o seu por mim.

quarta-feira, julho 17, 2019

Stone cold, yet.

Minhas mãos tateiam por uma saudade que me matava, por um desejo que era maior do que eu, por uma dor que latejava.
Eu finalmente fui embora e agora parece que ficou um buraco vazio enorme, que costumava ser preenchido com a alegria que amar me trazia.
Deixei tudo ir embora.
Me esvaziei.
Me endureci.
Meu coração queima, mas não queima mais por aquele amor. Esperei tempo demais para ir embora e agora colho os frutos de ter sido sugada até o fim, de ser desgastada até o último fio de sentimento.
Acabei aqui, sentada, chorando, mais uma vez, sentindo o peso de ser toda quebrada. Continuo aqui, ouvindo o chuveiro pingar e sem entender como me tornei tão oca.
Por mais passos que eu dê para frente, mais o passado me segura como uma âncora inquebrável, invisível, mas que vez ou outra me lembra de ter medo. Me lembra de evitar a todo custo esse tal de amor, não me deixa esquecer o quanto machuca, quebra e queima. O quanto acabou comigo. Até hoje.

quinta-feira, julho 04, 2019

Fria, mais uma vez. Tento a todo custo sentir de novo, querer de novo sem medo de me partir em um milhão de pedaços, os mesmos que você espalhou por aí mais de uma vez.
Mas se você está feliz, quem sou eu então?
Quem sou eu, quem eu fui pra você? Uma linha torta, uma página rabiscada que não servia para versão final. Talvez eu nunca tenha servido. Eu nunca fui certa, perfeita. Mesmo nos "melhores momentos" eu era errada em algo que você fazia questão de jogar na minha cara. E eu estou bem comigo hoje, eu estou bem com quem eu me tornei, mas isso não é suficiente pra você segurar minha mão. É o suficiente para você entrar num quarto de motel comigo, fingir que sou eu a escolhida, quando no fim, eu volto ao posto que você sempre me colocou. Sempre incompleta.
Você não vê o que fez/faz comigo. Eu não vou ser boa o bastante na sua cabeça, seja eu quem for, ou onde esteja. Eu cresci, consegui um emprego, me tornei mais responsável do que jamais fui, me tornei compreensiva, te ouvi e te dei minha mão. Ainda assim, nunca suficiente. Eu cresci, apareci, gritei. Mesmo assim, ainda não era eu.
Então, por fim, eu entendi. Nunca serei eu, sempre vai ter alguém melhor, sempre vai ter um defeito em mim que você usa como barreira pra não ficar. Sempre vai ter um ponto na minha vida que te desagrada e que você vai falar a plenos pulmões que é isso que te faz passar e ficar em todos os braços, menos os meus.
Quem fui eu, então? Quem eu fui pra você na semana passada? No mês passado? Durante todos esses anos?
Isso não é amor. Isso é abuso, é cruel, é mal. Por você eu fiz tudo que pude, fui até onde consegui. Eu me quebrei inteira, doeu partes de mim que eu nem sabia que poderiam doer. Eu corri tanto tanto pra manter tudo de bom que eu tenho de você em mim. Nao imaginei que seria fácil, mas ninguém nunca me disse que seria tão difícil, que certas cicatrizes são tão fundas que por mais passos pra frente que eu dê, sempre sinto um peso me puxando pra trás. Não mais. Não quero mais, quero me ver livre de você, disso tudo, dessa história que só me coloca pra baixo, na estaca zero. Me faz ver o mundo por uma perspectiva distorcida e me faz olhar no espelho e me ver pequena, murcha, insuficiente. O que diabos eu tenho que fazer para finalmente ser a perfeita nos seus padrões? Eu nunca fui. Não pra você.

E é por isso que eu estou indo, de hoje pra sempre
De uma vez por todas.
Não por você, mas, finalmente, por mim.
Uma boa vida.