sábado, outubro 06, 2018
Sua falta ainda me assusta
Costumava pensar que o fim era a resposta para a minha pergunta se algo tinha válido a pena, quando finalmente tudo apareceu claro bem a minha frente. Tudo valeu a pena, todo medo, todo coração partido, todo ir e vir, e sei que fui e quis até onde consegui, entreguei tudo o que eu era, e entregaria tudo de novo. O tempo torna-se responsável por, assim como amenizar a dor, tornar as lembranças mais distantes e, infelizmente, menos fortes.
Gostaria de ser forte o bastante para não me sentir derrotada, derrubada e desistente de algo que quis tanto e com tanta força. Mas entao, quem me diz que aquele amor não foi bonito, nao valeu para mudar toda minha vida, forjar quem eu sou hoje e quem eu fui ontem?! Deixo tudo ir, mas todo aprendizado e toda alegria que tive com ele fica tao guardada em mim que seria impossível, mesmo que eu o quisesse, dissocia-lo de quem sou.
Acho que nunca estarei complemente limpa, livre, parte porque não o quero. Fui forte o bastante para ir embora, mas não para liberar tudo o que guardo dele em mim. Espero que um dia eu consiga sentir alguem tao forte quanto eu o sentia, que eu consiga ser tao eu como eu era com ele. E, por fim, espero que um dia deixe de ser tristeza e passe a ser apenas saudade.
Enquanto isso, continuarei feliz por cada conquista do sol, por cada amor que ele conquistar e sempre o terei como o grande amor da minha vida. Se ele estiver feliz, eu estarei feliz por ele, por mais que nem eu mesma entenda.
A cada som de chuva batendo na janela sentirei sua falta;
A cada toque mais carinhoso lembrarei de como ele tocava minha alma todo domingo de manhã;
A cada amor vou desejar que fosse ele;
A cada conquista sentirei falta de ter nele um porto seguro para contar tudo e torcer por mim;
E por fim, a cada passo dado por mim, sua falta sempre irá me assombrar, a cada esquina vou desejar que fosse você a qualquer outra pessoa.
sábado, julho 21, 2018
A noite em que nos conhecemos
Fico feliz por não ter destruído completamente as lembranças felizes que carrego de você, mas agora me encontro tão cansada de tentar todos os dias lembrar daquela noite que nos conhecemos, das noites que você me pegou pelo braço.
Espero pelo dia que você me leve de volta ao início, que perceba o quanto eu sou você e ainda por você.
De todos os meus passados, você é o único que eu faço questão de nunca esquecer.
quinta-feira, junho 28, 2018
Eu estou aqui, numa mistura de sono e tristeza. A música toca aqui, ela ainda fala dos seus olhos verdes, os mesmos que a noite eu quase consigo lembrar como me fitavam.
Eu vim de tão longe, do seu passado, dizer o que você já deveria saber: não há o futuro (o meu) que não haja você. Ou pelo ao menos era assim.
Sinto que na minha vontade de ser eu mesma, querer ser, ter passei correndo por cima de tudo que havia construído. Estavam certos quando falaram que não há ganhos sem perdas... você com certeza foi a maior delas. Nunca imaginei um futuro no qual você nao estivesse la.
Olhos verdes, você tem em si um coração maior que a terra, uma alma linda, uma capacidade de amar gigantesca... você foi tudo pra mim, tanto que esqueci que eu existia dentro de tanto amor. Você ainda o é.
Acredito que um dia vou abrir as cortinas da sala de estar, limpar a poeira, retirar suas lembranças e conseguir seguir fingindo muito bem que ninguém nunca chegará aos pés do que você foi e é pra mim
Nunca nenhuma dor irá se comparar a não ser mais amada pelo sol.
Shake it out
Esse texto é pra conseguir olhar para a vida por detrás dessa nevoa que insiste em se manter.
Esse texto é para dar adeus a toda dor, a toda angústia, toda saudade e vontade de correr sozinha sem rumo.
Esse texto é pra lembrar mais uma vez que eu amei até onde pude e ainda mais, que tudo em mim ainda será ele, mesmo que nele tudo tenha se perdido.
Eu estou soltando tudo, partindo minha promessa, me quebrando inteira e virando às costas para o passado.
Nunca achei que mais difícil que ir embora seria superar a constante vontade de querer voltar, de estar e ser. Tem um bolo bem no meio da minha garganta que dificulta a respiração, mas que eu quero desesperadamente vomitá-lo, colocar pra fora, me livrar. Esse bolo não me deixa viver em paz, não me deixa fazer planos, não me deixa passar um dia se quer sem chorar tudo que eu poderia.
A tristeza ronda, como uma velha amiga. Costumo todos os dias não achar uma saída e uma forma de fazer as coisas entrarem nos eixos, costumo deixar tudo isso para mim. é sempre mais fácil quando ninguém sabe. Tenho sido fraca, tenho cambaleado, segurado um peso maior do que consigo suportar.
Está na hora de me livrar. Está na hora de ser a última desistente, por mais que tudo em mim ainda queira morar. Por mais que meu corpo sinta que ali, naquela cama, naquele quarto, naquelas costas, naqueles olhos, ali é o meu lar. O meu lar, agora, é onde eu estou, não é alguém, alguma coisa, algum lugar, mas eu mesma. É difícil caminhar quando ainda segura tudo que não consegue, foi um amor que me completou tanto, mas me deixou no chão. É sempre mais difícil antes de realmente decidir seguir em frente. Foi procurando respostas que me encontrei, foi virando as costas para tudo que pude me ver, foi o meu melhor presente dentro de toda essa tempestade.
E eu sei, eu só preciso que ele seja feliz, muito feliz sem todo o peso que eu fui e seria.
domingo, março 04, 2018
Não sei quem
Acontece como se eu tivesse um pavor imenso da felicidade, medo dela e do possível momento que ela vai acabar, então eu acabo antecipando sua ida. Eu a expulso, assim como expulsei ele da minha vida.
Diante disso, eu percebi que não sei ser feliz, nem triste, nem nada. Não sei ser minha e não sei ser de ninguém, e essa imprecisão dói e me faz pensar 'quem poderia ser feliz comigo assim? incompleta, imperfeita e potencialmente problemática?'. Eu o magoei tentando protegê-lo de quem eu não sei quem sou. Eu o afastei, tentando desesperadamente fazer com que ele ficasse, e ficou, por tempo necessário para ver que não era comigo, ou que não valia a pena buscar a felicidade de alguém tão perdida, desconexa e desmontada como eu.
Doeu.
Tá doendo.
Isso só prova que é na dor que eu consigo me ver, me enxergar e olhar para o mundo além de mim, consequentemente. É na dor que eu escrevo, que eu cresço, que eu o vejo, e vi... Vi ele indo embora com o meu amor, com a minha autoestima, com a minha coragem de enfrentar meus medos de peito aberto. Vi-o desistindo, depois de ter aguentado tanto de mim, me vi perdendo a única coisa realmente boa e próspera na minha vida, o amor. Derrota a minha, não dele.
Sinto falta dele, o amor, dele, o sol, e de mim, não sei quem.