Saudades dele eu sinto o tempo todo. a cada minuto que eu me distraio, algo me relembra. De vez em quando dá uma dorzinha e uma vontade daquelas danadas de chorar até secar ou sumir, mas a gente engole seco, pisca bastante os olhos e finge que tudo continua muito bem. Infelizmente, isso não impede que a culpa me acompanhe 'para cima e para baixo', para onde eu vou. Já entendi e aceitei que não sei ser feliz. Na verdade, eu não consigo me manter feliz.
Acontece como se eu tivesse um pavor imenso da felicidade, medo dela e do possível momento que ela vai acabar, então eu acabo antecipando sua ida. Eu a expulso, assim como expulsei ele da minha vida.
Diante disso, eu percebi que não sei ser feliz, nem triste, nem nada. Não sei ser minha e não sei ser de ninguém, e essa imprecisão dói e me faz pensar 'quem poderia ser feliz comigo assim? incompleta, imperfeita e potencialmente problemática?'. Eu o magoei tentando protegê-lo de quem eu não sei quem sou. Eu o afastei, tentando desesperadamente fazer com que ele ficasse, e ficou, por tempo necessário para ver que não era comigo, ou que não valia a pena buscar a felicidade de alguém tão perdida, desconexa e desmontada como eu.
Doeu.
Tá doendo.
Isso só prova que é na dor que eu consigo me ver, me enxergar e olhar para o mundo além de mim, consequentemente. É na dor que eu escrevo, que eu cresço, que eu o vejo, e vi... Vi ele indo embora com o meu amor, com a minha autoestima, com a minha coragem de enfrentar meus medos de peito aberto. Vi-o desistindo, depois de ter aguentado tanto de mim, me vi perdendo a única coisa realmente boa e próspera na minha vida, o amor. Derrota a minha, não dele.
Sinto falta dele, o amor, dele, o sol, e de mim, não sei quem.